Sistema Eletrônico de Administração de Eventos Científicos, 12º Simpósio de Integração Científica e Tecnológica do Sul Catarinense

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A REABILITAÇÃO PULMONAR MODIFICA A FUNÇÃO DO DIAFRAGMA E A CAPACIDADE FUNCIONAL EM SOBREVIVENTES DA SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO? RESULTADOS PRELIMINARES
Luiza Tiscoski Coelho, Ingrid Toretti, Pamela Selau Bittencourt, Melina Hauck, Kelly Mônica Marinho e Lima, Lívia Arcêncio do Amaral, Danielle Soares Rocha Vieira

Última alteração: 2023-10-17

Resumo


Introdução: A Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) é uma doença pulmonar, que se caracteriza pelo aumento da permeabilidade vascular pulmonar e do espaço morto alveolar e é a principal causa de internação prolongada em unidade de terapia intensiva (UTI) e morte. A pandemia pela COVID-19 teve papel importante no aumento exponencial do número de casos da doença. Para os pacientes sobreviventes, o impacto em longo-prazo é dramático, especialmente para a função musculoesquelética, incluindo a do diafragma, atividade e participação social. Nesse contexto, a investigação de estratégias de reabilitação para essa população é essencial e estudos com tal temática são escassos. O objetivo deste trabalho foi investigar o impacto de um programa de reabilitação pulmonar (RP) na função do diafragma e na capacidade funcional de sobreviventes da SDRA. Métodos: Trata-se de um estudo experimental de caso único com desenho AB, sendo A uma fase de baseline, com duração de três semanas, e B a fase de intervenção, com duração de oito semanas. No primeiro dia de baseline, foram aplicados um questionário sociodemográfico, clínico e antropométrico, a escala do Medical Research Council para dispneia e o Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6’). No segundo dia, foi avaliada função pulmonar pela espirometria e função do diafragma, por meio de um ultrassom portátil (Mobissom, modelo MDUO). Nos outros quatro dias da fase de baseline, foram realizados o TC6’ e a avaliação da função do diafragma. Na fase B, o paciente participou de um programa de RP, que consistiu de treinamento aeróbico em esteira e treinamento resistido para membros superiores e inferiores, duas vezes na semana por oito semanas, e nesta fase a função diafragmática e a capacidade funcional foram reavaliadas a cada duas semanas. A análise estatística dos dados da função do diafragma (mobilidade, fração e taxa de espessamento) e da capacidade funcional (distância percorrida no TC6’) foi realizada utilizando um método de banda de dois desvio-padrão, utilizando como referência os dados da fase de baseline e uma banda de dois desvio-padrão num limite superior e inferior. A mudança na fase de intervenção foi considerada significativa quando dois pontos consecutivos estivessem fora dos limites da banda. Resultados: Participou do estudo um indivíduo do sexo masculino, 50 anos, IMC 38,98kg/m², fisicamente ativo, com dispneia grau 4(MRC) e função pulmonar normal. Permaneceu internado devido à SDRA após COVID-19 por oito dias, sendo
cinco em UTI. A adesão à reabilitação foi de 75%. O método de banda de dois desvios-padrão demonstrou melhora significativa da mobilidade e da fração de espessamento do diafragma, sem alteração na distância percorrida no TC6’. Conclusão: O programa de RP melhorou a função do diafragma mesmo em um curto período de reabilitação, mas não modificou a capacidade funcional do paciente avaliado. A ampliação do número amostral será importante
para melhor entendimento dos efeitos da RP nesta população.

Palavras-chave


Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo; Função do Diafragma; Capacidade Funcional



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