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INFLUÊNCIA DE BESOUROS Dichotomius sericeus e Ontherus azteca NA FORMAÇÃO DE GALERIAS NO SOLO EM CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO
Última alteração: 2017-04-06
Resumo
Os besouros da subfamília Scarabaeinae são conhecidos pelo hábito de alocar excrementos, apresentando três comportamentos de alocação de recurso alimentar: telecoprídeos (espécies que rolam esferas de alimento até enterrarem-nas); paracoprídeos (escavam túneis logo abaixo da fonte de alimento) e; endocoprídeos (alimentam-se e nidificam no interior do alimento) (HALFFTER & MATTHEWS, 1966). Os besouros paracoprídeos são importantes para a formação de galerias no solo, favorecendo a estruturação e aeração deste, proporcionando a desestruturação e a decomposição da matéria orgânica ao incorporarem no interior do solo (NICHOLS et al., 2008). Nosso estudo teve por objetivo avaliar o número e o tamanho das galerias realizadas por besouros de duas espécies paracoprídeas, Dichothomius sericeus (Harold, 1867) e Ontherus azteca (Harold, 1869) em condições de laboratório. O estudo foi realizado no Laboratório de Entomologia da Universidade do Sul de Santa Catarina em Tubarão (SC), durante o período de março a junho de 2016. Os besouros escarabeíneos foram capturados em fragmentos florestais de Mata Atlântica nos municípios de Içara (28°74’S; 49°31’O) e Laguna (28°47’S; 48°78’O), por meio de armadilhas de queda do tipo pitfall iscadas com fezes humanas no período de abril a maio de 2016 para início dos experimentos em laboratório. No total foram utilizados 12 besouros da espécie O. azteca e 32 besouros da espécie D. sericeus os quais foram mantidos em sala climatizada (27 ±1 ºC; 60±10% UR; fotofase 12 horas). O experimento foi composto por três repetições com quatro besouros da espécie O. azteca e 16 repetições com dois indivíduos para a espécie D. sericeus. A repetição consistia por um recipiente plástico transparente de 30 cm de altura por 20 cm de diâmetro com solo peneirado (3 kg) não esterilizado, ofertado 100 g de esterco bovino fresco proveniente de uma propriedade rural de Tubarão (sem o uso de desparasitantes), vedado com um telado (voile) branco. As triagens eram realizadas a cada 48 horas, onde era quantificado o número de galerias e o tamanho das mesmas. A cada triagem era realizada a limpeza de ácaros com auxilio de água destilada e pincel, bem como a retirada do excremento acumulado e nova oferta. Observamos que a atividade de escavar túneis nas duas espécies estudadas é alta, sendo que 479 galerias observadas foram realizadas por D. sericeus e 234 O. azteca. A espécie que apresentou o maior número de galerias foi o D. sericeus. A espécie O. azteca apresentou o tamanho médio de galerias maior comparado a espécie D. sericeus. A espécie paracoprídea O. azteca apresentou maior média de número e tamanho de galerias por repetição em relação a espécie D. sericeus.
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