Sistema Eletrônico de Administração de Eventos Científicos, 5º SICT-SUL - Simpósio de Integração Científica e Tecnológica do Sul Catarinense

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CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO DA VESÍCULA MELÍFERA DE ABELHAS APIS MELLÍFERA AFRICANIZADAS EM DIFERENTES ESTAÇÕES DO ANO
Vitória Alves Pereira, Lucas Almeida Da Silva, Tuan Henrique Smielewiki Souza, Diou Roger Ramos, Diogo Policarpo Semprebon, Emerson Valente De Almeida, Mauricio Duarte Anastácio, Miguelangelo Ziegler Arboitte

Última alteração: 2016-12-08

Resumo


INTRODUÇÃO
A ocorrência de floradas sofre influência das estações do ano, abelhas Apis mellifera, por alimentarem as larvas e se alimentarem com pólen e néctar (mel) a qualidade deste alimento pode ser determinante no desenvolvimento de seus órgãos a partir da fase larval, como por exemplo, a vesícula melífera que é responsável pelo transporte do néctar das flores para a colmeia. De acordo com Tautz (2010) e Paulino (2007), a capacidade da vesícula melífera pode variar entre 20 a 40 mg, podendo chegar a 100 mg, segundo o último autor. Já Crane (1987), relata que a capacidade de carga da vesícula melífera é de até 70 mg. Devido a divergência existente nos dados contidos na literatura e a grande diversidade genética das abelhas melíferas no Brasil, este trabalho tem como objetivo verificar a influência das estações do ano no desenvolvimento da vesícula melífera de abelhas Apis mellifera africanizadas.
METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido no IFC - Campus Santa Rosa do Sul, de janeiro de 2013 a dezembro de 2015. As observações foram realizadas quinzenalmente, utilizando abelhas coletadas aleatoriamente em diferentes colmeias do apiário do Campus. As abelhas foram capturadas, sem o auxílio de fumaça, evitando que enchessem a vesícula melífera com o mel da colmeia. Cada coleta continha em torno de 100 indivíduos, capturados com o auxílio de potes, que levados ao laboratório foram acondicionados em temperatura de 3°C por 1 minuto até que as abelhas ficassem inertes. Posteriormente, estas foram alocadas individualmente em recipiente com peso conhecido e pesados, após, levadas a outro frasco contendo 10 mL de mel, para serem alimentadas. No momento em que as abelhas demonstravam saciedade (indícios de voo) eram coletadas e pesadas. O valor da abelha vazia e do mel consumido em miligramas foram determinados por diferença de pesagens. Os dados foram analisados estatisticamente através de teste de comparação de médias, onde a estação do ano representou os tratamentos e cada abelha a repetição.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Avaliou-se a capacidade ingestiva e o peso das abelhas antes da alimentação. O valor médio de consumo encontrado foi de 25,81 mg, dentro do intervalo dos 20 a 40 mg. O valor médio do peso das abelhas adultas foi de 75,89 mg, inferior aos 90 mg citados por TAUTZ (2010), porém, sabe-se que devido a diversidade genéticas das abelhas e de floradas existente em cada, fica difícil estipular com eficiência a média da massa corporal das abelhas adultas. Com relação ao peso dos insetos antes do consumo de mel, os valores verificados foram 77,53; 77,32; 75,61 e 73,50 mg, para o inverno, verão, outono e primavera, respetivamente. O maior peso no inverno e verão possivelmente está ligado a melhor disponibilidade de néctar e pólen na temporada de avaliação anterior, quando a abelha está em sua fase larval, refletindo no inseto adulto. Ou seja, na região de execução deste trabalho, a maior oferta de alimento natural (florada) concentrou-se no outono e primavera devido a existência de espécies nativas e cultivadas com florescimento nestas épocas. O consumo médio durante as estações e ao longo dos três anos do estudo, os resultados obtidos foram 28,60, 28,14, 23,99 e 22,93 mg, para primavera, verão, inverno e outono, respectivamente. Tais resultados sugerem possível comportamento da colmeia em relação ao meio externo, pois, as estações que apresentaram os maiores valores de consumo (primavera e verão) são justamente as mesmas que apresentam maior diversidade de floradas. A média de consumo obtida nos anos analisados aumentou no decorrer das análises (20,88, 24,78 e 30,51 mg, para 2013, 2014 e 2015, respectivamente), comportamento atrelado ao manejo de alimentação artificial empregado com maior constância nos dois últimos anos, que por sua vez pode ter interferido na percepção da colmeia em relação ao meio externo.
CONCLUSÃO
A melhor alimentação no momento em que as abelhas estão em fase larval influenciou o peso das abelhas na estação subsequente e o maior consumo de mel ocorreu durante as estações de maior oferta de alimento.
AGRADECIMENTOS
Ao IFC campus Santa Rosa do Sul por disponibilizar as condições necessárias para a execução do trabalho.

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