Sistema Eletrônico de Administração de Eventos Científicos, 9º Simpósio de Integração Científica e Tecnológica do Sul Catarinense

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TELEREABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR EM TEMPOS DE PANDEMIA - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Juliana Bastos de Oliveira, Natália Consoni Rodrigues, Niágeri Godoy Cioato, Maria Cristine Campos, Danielle Soares Rocha Vieira, Livia Arcêncio do Amaral

Última alteração: 2020-10-15

Resumo


INTRODUÇÃO
A telereabilitação é utilizada para avaliação e tratamento a distância de pacientes com diferentes condições de saúde e contribui para a aderência aos programas de reabilitação, que por muitas vezes não são de fácil acesso à população. (HANLON et al., 2017). Devido a pandemia da COVID-19, esta modalidade de atendimento foi adotada pelo Programa de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica da Universidade Federal de Santa Catarina. Ele foi implementado como um projeto de extensão no início de 2019, em parceira com o Hospital Regional de Araranguá (HRA), e é voltado para pacientes com doenças cardiorrespiratórias. Este trabalho teve como como objetivo relatar a experiência de um programa de telereabilitação cardiopulmonar, destacando as barreiras, dificuldades e aderência dos pacientes.
METODOLOGIA
O programa foi adaptado para o contexto da telereabilitação. Inicialmente, foi elaborada uma ficha de avaliação, com identificação inicial, dados para futuros contatos, acesso a recursos tecnológicos e físicos, estado de saúde atual, hábitos de vida, condição ambiental (espaço para realização de atividades em casa, luminosidade, disponibilidade de cuidador). Avaliações específicas foram realizadas para os pacientes com disfunções pulmonares (Medical Research Council para dispneias, COPD Assessment Test para impacto da doença, Saint George’s Respiratory Questionnaire para qualidade de vida,) e cardiovasculares (classificação da New York Heart Association, gradação de angina pela Sociedade de Cardiologia Canadense e Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire para qualidade de vida). O teste de sentar e levantar da cadeira também foi proposto para avaliação, quando possível. A intervenção foi baseada na individualidade dos pacientes e incluiu cartilhas educacionais, técnicas de conservação de energia, exercícios respiratórios, alongamentos e exercícios aeróbicos ou resistidos supervisionados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sete dos oito pacientes que faziam parte do programa de reabilitação que era realizado presencialmente, aceitaram participar da telereabilitação. As características dos pacientes são apresentadas na Tabela 1.
Na tabela 1, foram apresentados o número de sessões realizadas até o momento e a taxa de aderência dos pacientes, que se mostrou superior a 80%. Em relação aos recursos tecnológicos, todos eles possuíam acesso a smartphones e à internet, possibilitando chamadas de voz e vídeo. No que diz respeito às avaliações, todos os pacientes responderam aos questionários. Entretanto, foi possível realizar o teste de sentar e levantar da cadeira com apenas um. Assim como relatado por Scherrenberg et al. (2020), um dos desafios encontrados foi a dificuldade para realizar a avaliação por meio de testes físicos. A maioria deles exige encontro presencial e que o paciente esteja clinicamente estável, para garantir a segurança e desempenho nos mesmos. A falta de acompanhamento médico relatado por alguns pacientes impossibilitou algumas avaliações e intervenções devido à falta de informação clínica atualizada. Outras barreiras encontradas foram a falta de espaço físico e ausência de instrumentos para o monitoramento dos dados vitais durante o exercício. Quanto às intervenções, todos receberam orientações gerais de saúde, 4 realizaram técnicas de conservação de energia e exercícios respiratórios e com apenas um foi possível evoluir para exercícios aeróbicos e resistidos, por apresentar melhor condição clínica e acompanhamento clínico regular.

CONCLUSÃO
O programa de telereabilitação possibilitou o acompanhamento dos pacientes com a monitorização e controle de seus sintomas. Apesar das barreiras encontradas, a telereabilitação se mostrou viável e de extrema importância para que esses indivíduos sejam assistidos e mantenham a aderência a uma vida mais ativa e saudável durante esse período.

AGRADECIMENTOS
Aos pacientes, ao Hospital Regional de Araranguá e à Pró-reitora de Extensão (PROEX) da UFSC.

REFERÊNCIAS
HANLON et al. Telehealth Interventions to Support Self-Management of Long-Term Conditions: A Systematic Metareview of Diabetes, Heart Failure, Asthma, Chronic Obstructive Pulmonary Disease, and Cancer. J. Med. Internet. Res. n.19, v.5, 2017

SCHERRENBERG, M. et al. The future is now: a call for action for cardiac telerehabilitation in the covid-19 pandemic from the secondary prevention and rehabilitation section of the European Association of Preventive Cardiology. European Journal of Preventive Cardiology. Hasselt, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1177%2F2047487320939671. Acesso em: 24 set. 2020.

Palavras-chave


Telereabilitação, doenças pulmonares, doenças cardiovasculares



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